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Segundo edital alcança Brasil profundo

Com participação e envolvimento das empregadas e dos empregados da Caixa Econômica Federal, os 25 projetos de desenvolvimento sustentável inscritos na segunda versão do edital da Fenae e das Apcefs em parceria com a Moradia e Cidadania dão um rascunho dos caminhos distintos trilhados pelas ações de promover a cidadania de populações em situação de vulnerabilidade social, mas todos com saldo positivo no esforço por entender o Brasil profundo. Nesse processo, cujo prazo de execução está previsto para encerrar-se até o fim de agosto deste ano, abrindo assim passagem para o terceiro e próximo edital, a partir de setembro vindouro, vínculos foram fortalecidos e houve valorização de iniciativas em segurança alimentar, inclusão produtiva, meio ambiente e educação complementar.

Apesar dos 25 projetos selecionados para as comunidades situadas nos arredores das Apcefs, com base em um trabalho articulado com as Coordenações Estaduais da Moradia e Cidadania, a execução se deu apenas em 24 estados. Desse total, 19 priorizaram as áreas de reforço escolar/educação, esporte e cultura (Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul 2, Rondônia, São Paulo e Sergipe), enquanto quatro deram ênfase para ações em segurança alimentar e geração de renda (Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Tocantins), havendo ainda outros dois com foco no meio ambiente em formato de hortas comunitárias (Bahia e Rio Grande do Sul 1). Há duas propostas relacionadas aos gaúchos, devidamente diferenciadas por 1 e 2, porque a associação sul-rio-grandense teve dois projetos registrados.  

De todo modo, os projetos da Fenae e das Apcefs em parceria com a Moradia e Cidadania foram amparados por ações alinhadas a seis Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU: 2 (fome zero e agricultura sustentável), 4 (educação de qualidade), 8 (trabalho decente e crescimento econômico), 10 (redução das desigualdades), 12 (consumo e produção responsáveis) e 15 (proteger a vida terrestre). Comum a todas essas ações, contemplando crianças, adolescentes e adultos de famílias em áreas de vulnerabilidade, o método para articular saberes em torno da inclusão social. É a realidade com seu mistério e incerteza, sobrando como mais importante o fato das entidades associativas (Fenae e Apcefs), sempre em parceria com a Moradia e Cidadania, não aceitarem o fato consumado. Tudo é feito em sintonia com as políticas públicas de reconstrução democrática do Brasil e da Caixa social.

Os resultados positivos dos projetos de desenvolvimento sustentável do segundo edital foram suscitados pelo diálogo próximo entre os representantes das Apcefs e os moradores das comunidades favorecidas. Ao todo, até agora, são 2.094 beneficiários diretos e 8.376 indiretos. Mais do que palavras jogadas ao vento, os números provam que os 24 projetos executados vêm promovendo cidadania, trabalho coletivo e criação colaborativa no exercício de um olhar sobre propostas sociais, diante de um cenário que atinge satisfatoriamente os dois objetivos previstos em edital: tanto o geral quanto os específicos.

As propostas selecionadas na segunda versão do edital foram executadas na sequência das 12 ações concluídas pelo primeiro, cumprido de maio de 2021 a julho de 2022. Os projetos do primeiro edital foram praticados no Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, favorecendo 600 pessoas diretamente e 2.426 indiretamente.

Em ambos os editais, com dinâmica comum para o primeiro e para o segundo, a definição das comunidades e instituições beneficiadas foi feita pelas Associações do Pessoal da Caixa, em conjunto com as Coordenações Estaduais da Moradia e Cidadania. Foram apoiadas articulações intersetoriais que possibilitaram a descentralização das tarefas, a coordenação em rede e a participação dos diversos agentes envolvidos, remetendo a uma visão de mundo aberta, plural e incerta, na perspectiva da mobilização contra as desigualdades e as injustiças sociais no país. Prioridades foram dadas a atividades de apoio, reforço escolar e práticas socioeducativas, com ênfase para arte, música e teatro (cultura), além de esporte.

Outras novidades dizem respeito à segurança alimentar, quando houve estímulo à agroecologia e a práticas de produção e consumo relativos a impactos sociais e ambientais. Em relação à inclusão produtiva, o destaque ficou para a economia solidária, apoio na formação de grupos e para empreendimentos coletivos solidários.

Protagonismo da Fenae e das Apcefs  

O empenho das Apcefs e Coordenações da Moradia e Cidadania para o sucesso das ações recebe elogios de Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae). De acordo com ele, a atuação das entidades tem ajudado a promover a inclusão e a sustentabilidade de muitas famílias em situação de vulnerabilidade social. “As empregadas e os empregados do banco público conhecem as dificuldades das pessoas de baixa renda e se dispõem a apoiá-las para garantir renda e sobrevivência por meio de projetos sociais, proporcionando ainda uma grande troca de saberes”, reitera.

Esse trabalho, segundo Sergio Takemoto, reflete a referência positiva da capacidade organizativa das entidades representativas do movimento das empregadas e dos empregados da Caixa. Ele reforça que essas ações de cidadania produzem alimentos e conhecimentos, permitindo às pessoas iniciarem negócios próprios dirigidos ao mercado de trabalho de forma cooperada, associada ou individualmente. Para o presidente da Fenae, um legado importante dessa iniciativa é a formação da cultura da sustentabilidade, articulada com todo o papel público e social efetivados pela Caixa.

Giselle Maria Araújo Lima Menezes, diretora de Impacto Social da Fenae e presidenta da Apcef/MA, diz que, graças ao apoio das empregadas e dos empregados da Caixa, os projetos sociais vêm melhorando a qualidade de vida de centenas de pessoas em situação de pobreza. E acrescenta: “Em sua história, o Movimento Solidário já transformou a realidade de muita gente. Agora, em parceria com a Moradia e Cidadania, a Fenae e as Apcefs devem lançar o terceiro edital no fim de setembro. Esperamos que, dessa vez, as 27 Associações de Pessoal se inscrevam para transformar a vida de muito mais gente atingida por desigualdades e injustiças sociais Brasil afora”.  

Giselle Menezes lembra que a segunda versão do edital beneficiou mais de oito mil pessoas por intermédio dos 25 projetos espalhados por 24 estados. Dessa forma, segundo ela, as propostas sociais levadas adiante pelas entidades representativas do movimento das empregadas e dos empregados da Caixa possuem também um fim educativo e produtivo. “As iniciativas em segurança alimentar, inclusão produtiva, meio ambiente e educação complementar funcionam como um meio mais fácil de as crianças, adolescentes e adultos de comunidades carentes situadas no entorno das sedes sociais das Apcefs quebrarem a chamada ‘cultura do silêncio’ e transformarem a vida, como sujeitos da própria história”, pondera.

Para Giselle Menezes, aliás, essa dinâmica cria um sentimento de comunidade e até de grupo ou de pertencimento ao local onde essas pessoas moram, vivem e sonham. “Este é o desafio e uma escolha, não a resposta, necessariamente”, comenta, para em seguida concluir: “O balanço da segunda versão do edital dos projetos da Fenae e das Apcefs em parceria com a Moradia e Cidadania aponta na direção de que as ações realizadas estão sempre em movimento ou em ebulição, o que leva talvez a que o próprio fundamento das diretrizes dessa iniciativa seja impulsionado por um poder de transformação”.  

 

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